
Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ninguém o vir não ponhas nada.
Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim com lho vais mostrar.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém,
Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturais medrar.
Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és -
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês...
Fernando Pessoa
6 comentários:
Tenho vontade de ler coisas que te vão na alma, mesmo que seja palavras que só tu entendas.
Beijocas
Olá!
Fernando Pessoa foi um génio... uma mente brilhante que não haverá mais em Portugal e provavelmente no mundo, era único. A sua escrita era singular mas plural ao mesmo tempo.
Beijo
Pois sempre me disseram, desde que entrei para a escola, que o melhor de nós devemos sempre dar ao nosso coração e a mais nenhum...
Bem, não pode ser cumprido à risca, porque quando se Ama o primeiro impulso é darmos o que de melhor temos em nós!
Beijinhos muito doces*
Rain Sister, minha Amiga de longa data... Estou a sentir uma nostalgia no ar...? De qualquer forma, a meu ver, tu entendes bem as minhas palavras... Consegues lá chegar ;o)
Beijo com nostalgia...
Angel,
Estamos completamente de acordo!
Obrigada pela visita!
Beijo!
Ni,
Quanto mais dermos de melhor ao nosso coração, mais poderemos dar, também, aos outros ;o)
Beijocas doces, para ti!
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