domingo, 3 de junho de 2007

Ausência...




















A mulher deitada, a mulher que se perdeu,
durante o sonho, e não sabe que o caminho
estava indicado nos seus olhos, procura o vazio
com a mão segura entre lençol e cobertor,
como se nesse intervalo houvesse ainda
uma saída para o desejo. No sono em que
a maré da noite se desfez num impulso
de névoa, os seus lábios murmuraram
o nome que não tem corpo; e em vão
esperaram o beijo que os iria selar,
os dedos que se afundariam no oceano
dos cabelos, a respiração que
lhe daria o ritmo da manhã. Por isso,
a mulher que acorda pede à noite que não
a deixe sozinha, como se o abraço antigo
se pudesse prolongar, ou o sol
não trouxesse o dia para junto dela.

Nuno Júdice

2 comentários:

Rain Sister disse...

Cof, cof, cof, não gozes com a minha constipação que hoje até passei a tarde toda na praia com a água a 5º para ver se a curava ;-)
Realmente é ausência, onde tens anddo metida? Hummm...
Beijocas

Mãos de Fada disse...

Ando ausente... É verdade... Mas não me esqueço de ti, Amiga!

As melhoras Jelly!

Beijinhos!